domingo, agosto 02, 2015

Sobre as velhas receitas

Há uma relação equivocada entre privatização e enxugamento do estado com correção das contas públicas e diminuição da dívida.
Quem conhece a dinâmica de funcionamento das finanças do estado, as fragilidades do pacto federativo e principalmente a história sabe que a relação acima é falsa.
Analisando o aumento da dívida nos sucessivos governos do RS se verifica que aquele que mais privatizou, o governo Brito, foi de longe o que mais aumento a dívida pública (122%) na era democrática.


Esse aumento é cinco vezes maior do que qualquer outro governo recente, ou seja, a venda de patrimônio público, a revisão de direitos dos servidores, como em planos de demissão feitos a época, só ampliaram o rombo das contas públicas e não o contrário.
O absurdo é que mesmo diante de tal obviedade convivemos com a proposição dessas mesmas receitas, vindas tanto do monopólio midiático representado pela RBS e do empresariado conservador como do atual governo obediente e representante dessa elite local.
São ações opostas a essas que movimentam e economia e criam um ambiente favorável para pedir o "esforço da população". Ampliando o investimento nos serviços públicos, fortalecendo os laços nacionais e internacionais com potencial de investimento, engendrado projetos qualificados para buscar recursos na esfera federal e fomentando pequenos e médios negócios.
A política de dar isenções para os grandes e cortar na carne de quem vive do trabalho e do funcionalismo é desumana, reacionária e alimenta a crise já instalada por fatores externos e conjunturais.
O governo Sartori pode ser explosivo, pois é a soma de um pensamento atrasado e elitista com um contexto que pode justificar medidas catastróficas para o estado, quiçá medidas mais deletérias que as do governo Brito. Judicialização conhecida da época (Lei Brito), que ampliou a dívida e retirou direitos tende a ser reeditada em outras escalas.

Gregório Grisa

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