A desvalorização da esfera pública parece ser um fato cultural generalizado. Mas a cultura é também formação. Isso quer dizer que ela se cria também pela educação. Creio que o descaso com a formação, no sentido mesmo de educação, leva ao abandono da esfera pública. É a nossa formação que nos ensina a valorizar alguma coisa.
Vivemos sob uma espécie de nuvem pesada em nome da qual algo como a própria ideia de “sociedade” não vale a pena. Então, as pessoas se voltam para si mesmas. Surge uma moral individualista, em que os interesses privados são sempre maiores do que os públicos.
Vivemos sob uma espécie de nuvem pesada em nome da qual algo como a própria ideia de “sociedade” não vale a pena. Então, as pessoas se voltam para si mesmas. Surge uma moral individualista, em que os interesses privados são sempre maiores do que os públicos.
Tudo o que é pessoal parece ser antissocial. A aniquilação da esfera pública significa, neste caso, fim do “político”. A questão seria tentar reconectar esses territórios, o pessoal e o político, a esfera privada e a pública, mostrando como são interdependentes.
E a grande pergunta é sempre a pergunta pelo “como”. Mas “como”? Aquilo que está possivelmente sendo feito nas escolas provavelmente seja nada, salvo alguma alternativa pontual que não vem a público. Quer dizer, não sabemos o que fazer e não imaginamos que alguém esteja fazendo algo.
Então, o que precisaria ser feito: campanhas de conscientização, debates, textos de divulgação do tema, projetos pedagógicos e culturais em torno da ética. É provável que o tema da ética seja assunto apenas dos professores de Filosofia, mesmo assim é provável que seja tratado em poucas aulas e na forma de um conteúdo a ser transmitido.
A ética não é um conteúdo, ela é uma reflexão e uma prática de reflexão que leva a outras ações. Mais precisamente uma filosofia prática. Como ensinar filosofia prática? Ensinando a pensar. Como ensinar a pensar? Conversando, propondo desafios teóricos e práticos, que envolvam pesquisa e ação, investigação e arte.
A ética não é um conteúdo, ela é uma reflexão e uma prática de reflexão que leva a outras ações. Mais precisamente uma filosofia prática. Como ensinar filosofia prática? Ensinando a pensar. Como ensinar a pensar? Conversando, propondo desafios teóricos e práticos, que envolvam pesquisa e ação, investigação e arte.
Há coisas muito práticas a fazer: praticar a sinceridade, a autorreflexão, a autoformação. A sinceridade deve ser uma prática ética. As coisas, por mais dolorosas que possam ser, por mais comprometedoras, devem ser ditas. Certamente, a principal mediação a esse gesto deve ser o respeito.
O problema é que vivemos numa cultura em que o descaso consigo mesmo e com o outro é a regra, e o respeito a si e ao outro não encontra sentido. O problema é que as pessoas esquecem ou nunca conheceram essas potencialidades. Refiro-me ao autoconhecimento. Talvez isso deva novamente ser colocado em cena.
O problema é que vivemos numa cultura em que o descaso consigo mesmo e com o outro é a regra, e o respeito a si e ao outro não encontra sentido. O problema é que as pessoas esquecem ou nunca conheceram essas potencialidades. Refiro-me ao autoconhecimento. Talvez isso deva novamente ser colocado em cena.
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