domingo, novembro 02, 2014

Manifestação reivindica a proibição de se manifestar

As aberrações de um grupo de lunáticos reivindicando intervenção militar e defendendo Bolsonaro, na rua e nas redes sociais, não me produzem raiva, mas tristeza. Me comovem negativamente por duas razões básicas:



1- porque o fato dessas pessoas pensarem e expressarem isso é o retrato de como as forças da ditadura permanecem vivas e influentes, mostra o quão todos os crimes de lesa humanidade, como tortura, estupro e assassinados são banalizados por alguns; e pior que isso, são reivindicados como "salvação do país" por muitos destes.
2- porque noto um desconhecimento colossal de parcela das pessoas que lá estão fazendo esse papel ridículo e degradante, sobre a história do país e, principalmente, sobre o que significou a ditadura empresarial-militar. São centenas os filmes, documentários, depoimentos, livros, pesquisas para se estudar, é abundante o material disponível para se libertar da ignorância e conseguir compreender seu entorno um pouco além do umbigo. Nos próximos dias sairá o relatório da Comissão Nacional da Verdade que será outra ferramenta pedagógica importante para estudos.
Se manifestar com liberdade, reivindicando não ter mais liberdade para se manifestar é um ato que só pode ser feito por quem usufruiu individualmente de privilégios na ditadura, por quem tem prazer em saber da existência de violenta repressão ou por quem não consegue viver sem exercer poder tirânico sobre os outros.
Quero deixar claro que não concebo esse tema no campo das divergências políticas e ideológicas, o trato como sintoma claro de problemas de sanidade mental, de saúde mental, de transtorno de personalidade. Isso se expressa tanto no saudosismo da "ordem" e da violência de Estado, como no grau de contradição, irracionalidade e falta de lógica dos argumentos, xingamentos, cântico e cartazes que expressavam tal saudosismo.

Com isso registro que na vida real ou virtual não terei tolerância com a defesa da total intolerância, ou seja, com a defesa da ditadura empresarial-militar e de seus representantes como Bolsonaro e outros. Não há nenhuma chance de uma pessoa que defenda tais dogmas e crimes representar um convívio saudável e agregador, pelo contrário.

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