As leituras desse mês estão sendo esses dois livros do Vladimir Safatle. "A esquerda que não teme dizer seu nome" terminei ontem, trabalho de cunho mais político. O autor avalia a condição da esquerda de modo muito interessante e polêmico em alguma medida.
Retoma a ideia central de redistribuição, do caráter produtivo de tensionar o direito e nos lembra que não há equivoco maior do que opor o desejo dos indivíduos ao igualitarismo. Essa dicotomia é falsa, a busca pela igualdade não representa fechar os olhos para as demandas do sujeito contemporâneo, o que combate aquele discurso ingenuo e ultrapassado que afirma "mas tu é de esquerda não pode ir em tal lugar, ter tal coisa, fazer tal viagem, usufruir disso ou daquilo etc". Safatle faz forte crítica ao multiculturalismo, a qual não me filio, mas a reflexão tem esse brilho concordar e discordar. O livro vale muito a pena para entender nossos dias porque trata do desafio que está colocado para os movimentos de esquerda. O segundo livro estou começando, é de caráter mais teórico filosófico, isto é, de bem mais lenta digestão, é o trabalho de tese de livre-docência de Safatle na USP e se chama "Grande hotel abismo: por uma reconstrução do reconhecimento".
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