Quando amanheceu
Acordei
Poucas horas de sono
Estava escuro ainda
Pouco me alimentei
Abro a janela
Apenas um dia igual ao outro
O sol não vai aparecer
Coloco meu uniforme, e vou
Nada de novo
Embora totalmente diferente
O sinal tocou, o portão se abriu
Repito os movimentos, os pensamentos também
A mesma escuridão a luz do dia
Nossos caminhos são iguais
Todos reunidos, migalhas
A televisão ligada
Não vejo saída
Conversas dispersas
Alguém lá fora a gritar
Uma voz me diz para apenas trabalhar
Uma sirene silencia
Mentiras no papel
Não escuto mais, quero apenas me alimentar
E para isso não posso pensar
Tenho que trabalhar, contas a pagar
Um sinal a mais escutar, um portão aberto a mais
Entrar
Fecho a janela
… que diferença faz?
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A Festa.
Muitos convites para os convidados
Muita bebida e comida para os sorrisos e supostos famintos
Os restos para os criados e suas proles
(O mendigo ao longe...)
Uma banda para animar a festa
Recicla a mentira
(… enxerga tudo...)
A moça para saciar seu maior trauma
Afoga suas magoas em fetiches, fantasias
(… sente-se bem...)
O moço, para superar suas fraquezas
Aumenta os traumas alheios
(… e de longe ele pensa: luxo... lixo)
E assim, vão para casa sem saber que
Seu lixo, é luxo.
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Ambos os poemas são do meu amigo Vico Calheiros.
Um comentário:
Que legal!!!
Abração!!!
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