sábado, novembro 28, 2009

Poemas

Quando amanheceu

Acordei

Poucas horas de sono

Estava escuro ainda

Pouco me alimentei

Abro a janela

Apenas um dia igual ao outro

O sol não vai aparecer

Coloco meu uniforme, e vou

Nada de novo

Embora totalmente diferente

O sinal tocou, o portão se abriu

Repito os movimentos, os pensamentos também

A mesma escuridão a luz do dia

Nossos caminhos são iguais

Todos reunidos, migalhas

A televisão ligada

Não vejo saída

Conversas dispersas

Alguém lá fora a gritar

Uma voz me diz para apenas trabalhar

Uma sirene silencia

Mentiras no papel

Não escuto mais, quero apenas me alimentar

E para isso não posso pensar

Tenho que trabalhar, contas a pagar

Um sinal a mais escutar, um portão aberto a mais

Entrar

Fecho a janela

… que diferença faz?

---------------------------------------------------------------------


A Festa.

Muitos convites para os convidados

Muita bebida e comida para os sorrisos e supostos famintos

Os restos para os criados e suas proles

(O mendigo ao longe...)

Uma banda para animar a festa

Recicla a mentira

(… enxerga tudo...)

A moça para saciar seu maior trauma

Afoga suas magoas em fetiches, fantasias

(… sente-se bem...)

O moço, para superar suas fraquezas

Aumenta os traumas alheios

(… e de longe ele pensa: luxo... lixo)

E assim, vão para casa sem saber que

Seu lixo, é luxo.

----------------------------------------------------

Ambos os poemas são do meu amigo Vico Calheiros.

Um comentário:

Vico disse...

Que legal!!!
Abração!!!