domingo, abril 12, 2009

Por que o Banco Mundial quer mudar o plano de carreira do magistério gaúcho?

A notícia sobre a vinculação de um novo empréstimo do Banco Mundial ao Estado do Rio Grande do Sul à reestruturação do plano de carreira do magistério atualiza a advertência feita pelo economista Reinaldo Gonçalves, professor titular de Economia Internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no documento que produziu para a Rede Brasil sobre Instituições Financeiras Multilaterais, analisando a estratégia do banco no Brasil para o período 2008-2011.

Gonçalves diz o seguinte sobre a recente estratégia de redirecionamento da atuação do Banco na direção dos estados e municípios e de afastamento do governo federal:

“Chama a atenção o esforço que o Banco tem feito, desde os governos FHC, para garantir reformas liberalizantes que consolidariam o modelo (Trabalhista, Previdenciária e Tributária) – agora postas em risco em função de seu reduzido poder de barganha pela via do financiamento. Vale salientar que já estão implementadas, sob a orientação do Banco Mundial, as Reformas do Judiciário, Universitária e a atualização da lei de Falências. Causa arrepios pensar que nos próximos três anos o Banco se dedicará a buscar soluções para problemas estruturais que o País ainda não conseguiu resolver. Basta pensar nos resultados nocivos para as populações dos sessenta anos de condicionalidades ajustadas entre o Banco e o Fundo Monetário Internacional (FMI) para a concessão de empréstimos”.

E acrescenta:

“Na medida em que há o redirecionamento dos recursos do governo federal para os governos dos estados e municípios é certo que também ocorre redirecionamento do espaço preferencial de disputa política. Portanto, é de se esperar que o Banco pressione mais diretamente governadores e prefeitos no sentido da implementação da agenda da liberalização, desregulamentação e privatização. Nesta agenda deve, naturalmente, ser introduzida a questão da privatização dos serviços de utilidade pública, como estradas, aeroportos, saúde pública, etc., que estão sob responsabilidade de governos de estados e municípios”.

FONTE: RS URGENTE

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