segunda-feira, outubro 08, 2007

América

A América Latina está vivendo um momento histórico promissor nos últimos anos, existem experiências como as da Venezuela, do Equador e da Bolívia que revigoram as esperanças da grande maioria dos povos desses países, povos esses que sofrem com a pobreza e a exploração provocadas pelas colonizações e aguçadas pelo capitalismo tardio. Com medidas que rompem com a lógica servil aos países ricos e enfrentam as oligarquias locais, esses governos assumiram a honrosa missão de promover mudanças legais e estruturais necessária para transformar seus países. Mudar a constituição nacional, estatizar as riquezas naturais e os serviços essenciais, não são ações antidemocráticas ou populistas como os ideólogos dos monopólios midiáticos e do capital afirmam, mas sim tornar concreto e prático uma opção política pela vida das maiorias pobres. Apresentar uma alternativa ao caos social e natural do planeta não significa buscarmos acordos para mantermos um equilíbrio econômico, contemporizarmos divergências com a burguesia para manter a governabilidade como vem sendo feito no Brasil.

Nossos vizinhos latinos estão demonstrando que se não houver um enfrentamento direto a mídia, ao latifúndio, as empresas que buscam lucro a todo custo, as condições materiais e culturais da população trabalhadora e miserável não mudarão. A diferença entre o governo brasileiro e os citados não é de estratégia, mas de opção de classe. Enquanto o projeto nacional que temos pretende administrar o capitalismo e qualifica-lo com assistências e gradativos acessos sociais provisórios para parte da sociedade, os governos de esquerda vão contra a maré do sistema desde as medidas concretas até a luta contra os valores e concepções capitalistas. Não estou dizendo aqui que esses governos populares são em si fórmulas prontas e receitas adaptáveis em qualquer espaço e contexto social, muito menos que tudo o que ocorre nos países que me referi é certo e perfeito. Quero deixar clara a importância da diferença de perspectiva política colocada no continente, porque se existisse uma consonância entre elas a realidade estaria se encaminhando para outro quadro.

A sociedade organizada com consciência de classe seria a maneira de superar a exploração do homem pelo homem. Essa frase é comum no meio das pessoas que buscam uma sociedade diferente da capitalista, no entanto saber disso só de modo ideal é o mesmo que não saber. Como desenvolver mecanismos de organização e conscientização social? Quais estratégias são necessárias para ocupar espaços políticos de forma crítica e revolucionária? Entendo que principalmente no meio urbano brasileiro essas questões estão em voga entre os trabalhadores, jovens, desempregados e outros segmentos.

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