terça-feira, setembro 25, 2007

Feijão e arroz


O desenvolvimento das categorias e conceitos acerca de toda a realidade objetiva, ou seja, do conhecimento da coisa em si, está cada vez mais em defasagem hoje em dia, temos ficado, cada vez mais, no campo da percepção e da representação. Isso ocorre porque não temos a necessidade de projetar, construir e produzir as ferramentas e os meios que usufruímos na qualificação da nossa vida cotidiana. As ‘coisas’ são produzidas por poucos e nós nos acostumamos a receber e comprar tudo pronto a ponto de usarmos grande número de materiais descartáveis, assim ocorre no ramo da tecnologia onde usufruirmos os bens sem entender suas origens e formações. A educação é a mais afetada por essa divisão humana que está se dando cada vez mais, entre quem produz a tecnologia e quem utiliza essa tecnologia.

Quem produz, os ‘cientistas’, não são mágicos que descobrem e inventam coisas, eles foram formados em espaços com condições para se desenvolver tal conhecimento. Essas pessoas e esses espaços são extremamente restritos, nossa sociedade privilegia os laboratórios particulares porque a iniciativa privada coordena e investe astuciosamente nessa área. Se a educação pública fosse um espaço de criação tecnológica, de conhecimento científico e os profissionais do meio, fossem formados para um trabalho criador, em estruturas preparadas, as maiorias (que usam a tecnologia), teriam a possibilidade de criar tecnologia. Em uma inversão de prioridades (opção política pelos trabalhadores e miseráveis) da sociedade em geral, todo o investimento direcionado pelo estado de forma abusiva ao campo da tecnologia, deveria ser redimensionado e injetado na educação como um todo. Grande parte da humanidade utiliza (quando acessa) a tecnologia criada por uma pequena minoria, isso se da porque a distribuição da riqueza, dos bens naturais e sociais é totalmente desequilibrada na nossa atual ‘democracia’.

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